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RONNA MCDANIEL

TV dos EUA demite braço direito de Trump após quatro dias e revolta de funcionários

REPRODUÇÃO/NBC

Ronna McDaniel tem expressão seca em aparição no Meet the Press, da NBC

Ronna McDaniel em sua única aparição como contratada da NBC News; equipe protestou

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 26/3/2024 - 21h04

A rede norte-americana NBC decidiu demitir nesta terça-feira (26) sua comentarista política Ronna McDaniel, cuja contratação havia sido anunciada na última sexta (22). Os próprios funcionários da TV se revoltaram com a chegada da novata, que havia ajudado Donald Trump na tentativa de questionar a legitimidade de sua derrota nas urnas em 2020.

Ronna foi presidente do Comitê Republicano de janeiro de 2017 até o último dia 8 --ela pediu demissão do posto depois de Trump ser confirmado como o candidato do partido às eleições presidenciais deste ano. Menos de 15 dias depois, já tinha assinado contrato com a NBC News, braço de notícias da rede. A mídia divulgou que ela teria um salário anual de US$ 300 mil (R$ 1,5 milhão).

A demissão foi confirmada pelo presidente do NBCUniversal News Group, que supervisiona a NBC News, a CNBC e a MSNBC. Em um e-mail à equipe, ele admitiu que a contratação de Ronna foi um erro de julgamento.

"Não há dúvidas de que os últimos dias foram difíceis para o News Group. Depois de ouvir as preocupações legítimas de muitos de vocês, eu decidi que Ronna McDaniel não será uma funcionária da NBC News", escreveu.

"Nenhuma organização, especialmente uma Redação de jornalismo, pode ser bem-sucedida se não for coesa e alinhada. Nos últimos dias, ficou claro que a contratação dela prejudica esse objetivo", continuou Conde.

"Nós seguimos comprometidos com o princípio de que precisamos ter pontos de vista diversos nos nossos programas. E, para conseguir isso, vamos redobrar nossos esforços na busca de vozes que representam partes diferentes do espectro político", concluiu o executivo.

Ronna fez sua estreia como contratada da NBC News no domingo, durante o programa Meet the Press (um marco da TV dos Estados Unidos, no ar desde novembro de 1947). Ela foi a entrevistada da atração. A moderadora Kristen Welker fez questão de ressaltar que a conversa estava agendada desde antes de sua contratação e que foi pega de surpresa com esse acordo.

Na conversa, Ronna voltou atrás no seu posicionamento de que os insurgentes presos pela invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 deveriam ser soltos. Ela justificou sua mudança dizendo que, como presidente do Comitê Republicano, "você precisa levar alguns tiros pela sua equipe".

No mesmo programa, o analista político Chuck Todd afirmou que os executivos da NBC deviam desculpas a Kristen Welker por terem colocado a âncora naquela situação. "Eu não sei se acredito em nada do que ela [Ronna] falou para você, porque ela pode ter respondido o que precisava para manter seu contrato", apontou ele, que ainda ressaltou que "muitos jornalistas da NBC News estão desconfortáveis com essa contratação".

Na segunda (25), o programa Morning Joe, do canal MSNBC, continuou as críticas à nova colega de trabalho. "Os chefões da NBC não pediram nossa opinião. Mas, se tivessem pedido, nós teríamos deixado clara a nossa oposição", disparou Joe Scarbough, que citou o envolvimento de Ronna na tentativa de fraudar a eleição e, depois, de deslegitimizá-la.

Mira Brzezinski, coapresentadora do matinal, afirmou que acha válido que a NBC tenha uma comentarista conservadora em sua equipe, mas não alguém com o "currículo" de Ronna. "Ter um republicano é uma forma de equilibrar a cobertura das eleições, mas precisa ser uma voz conservadora, não uma pessoa que abusou de sua posição para se tornar uma destruidora da democracia e que nega os resultados da votação. Esperamos que a NBC reconsidere essa contratação", disse ela.

O golpe final veio na noite de segunda, durante o programa de Rachel Maddow, uma das principais âncoras da NBC News. Ela disse que era inacreditável que seus chefes tivessem colocado uma pessoa como Ronna na sua folha de pagamento. "Não é sobre mentir ou falar a verdade, é sobre sabotar as eleições e perseguir a democracia de maneira constante", detonou.

Rachel disse ainda que Ronna McDaniel jamais pisaria nos estúdios da MSNBC, mas mandou um recado para os executivos responsáveis pela contratação. "Parem um minuto, reconheçam que tomaram a decisão errada. É uma demonstração de força, não de fraqueza, assumir os seus erros. Nosso país precisa que sejamos fortes agora."


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